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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Literatura de Cordel.Uma Ilustre Desconhecida.

 O dia 1° de agosto é marcado por uma estranha e curiosa efeméride.Esse dia entre todos os outros foi escolhido para o encargo de Dia do Poeta de Literatura de Cordel.O pobre coitado também se viu obrigado a ser conhecido como Dia do Selo.Pelo menos nesse caso isso ocorreu por pura coincidência.Ora filatelistas sempre foram reconhecidos como cultos e refinados e portanto não falaremos mais neles por hoje,voltaremos o nosso e o seu se for o caso tempo para a outra "classe" lembrada por esse dia.

 De imediato vai surgir a figura do repentista na cabeça dos cidadãos importunados durante as suas férias ou no nosso caso como nativos nas esquinas e nos ônibus.Infelizmente este incômodo está se tornando cada vez mais raro.Claro não falo dos oportunistas mas dos verdadeiros propagadores dessa forma de arte e ainda mais dessa literatura que hoje se vê desalojada e reside nas prateleiras das lojas de souvenir como uma mera curiosidade.
 Como todo gênero a literatura de cordel tem os seus cretinos,aduladores e mercenários existem diversos estudos sobre o uso dessa forma de expressão como a mais abjeta das ferramentas políticas,fazendo uso da sua difusão entre as populações mais desinformadas para fazer propaganda política por exemplo.
 Existem porém grandes nomes no gênero como José Camelo de Melo Rezende autor do "Romance do Pavão Misterioso" e José Pacheco autor de "Chegada de Lampião no Inferno".Se há quem considere a atual música sertaneja pop,o forró de plástico o hip hop sem causa,o rastafári de boutique e o funk cachorro como manifestações culturais porque o cordel é desprezado como algo anacrônico e primitivo?
 Precisamos resgatar essa tradição oriunda de Portugal mas que aportando no Brasil se tornou uma poderosa arma inclusive contra o analfabetismo um dos maiores empecilhos ao desenvolvimento de um país.Lembre ele disso ou não.


 Além é claro de estarmos correndo o risco de relegar ao esquecimento essa verdadeira manifestação do saber,dos ideais,das crenças de um povo.E apesar de reconhecermos todos os seus vícios não podemos também negar a sua importância e influência em tudo que temos de mais genuíno.

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